Maurício Antonangelo não teve receio de tocar em tabus para realizar o curta Ouroboro. A história de uma mulher e um rapaz que mantém uma relação sadomasoquista num apartamento causou polêmica ainda na faculdade, desde o primeiro tratamento do roteiro.
O curta ganhou dois prêmios no FAM deste ano, de melhor roteiro e fotografia. Depois do reconhecimento da crítica, ficou "famoso" na Unisul, como diz Antonangelo.
- É um projeto bem intimista, surrealista, tem um valor simbólico muito grande, apesar do tema polêmico.
O roteiro foi baseado no ensaio crítico de Georges Bataille O Erotismo, bem como nos estudos de Marques de Sade. O diretor seguiu essa linha para explorar a sexualidade e tratar de tabus da sociedade.
- Todo mundo me perguntava se eu tinha receio de executar o projeto, pois era um tema que ninguém tinha trabalhado na Unisul. Eu tinha mais medo de não ir em frente com a idéia do que o contrário. Sempre acreditei no projeto, tinha uma base teórica forte para defendê-lo. Eu sabia que ia sofrer preconceito, como de fato sofri uma certa resistência por alguns que não viram com bons olhos. Ele mexe com o brio das pessoas e acredito que essa é uma das funções de quem faz arte e cinema. Tem que provocar alguma reação para que saiam daquela catarse.
Antonangelo afirma que obteve as reações mais diversas. Uns ficaram chocados, outros impressionados e outros ainda, curiosos.
- Acho fascinante isso, o impacto que causa, me deixa muito feliz. Esta é a função da arte, lutar contra o que está pré-determinado.
As influências para o trabalho de Antonangelo vão desde de Pier Paolo Pasolini a Stanley Kubrick, passando por Tim Burton, David Lynch e Glauber Rocha, diretores nos quais busca inspiração ou força.
(http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2090784.xml&template=3898.dwt&edition=10401)
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